NINHO VAZIO NÃO É FIM. É RECOMEÇO.
- sou40mais
- 5 de jun.
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Quando os filhos saem de casa, algo se rompe dentro da gente.
A ausência física é só a ponta do iceberg. É um luto invisível, porque a gente não perde os filhos — mas perde um papel que ocupava quase tudo.
E a dor é real. Às vezes física, às vezes silenciosa.
A casa muda de som. A rotina perde o eixo.
O coração se pergunta: e agora, o que eu faço com esse espaço que sobrou?
Eu sei o que é isso. Tenho dois filhos, um de 22 e um de 25 anos. Moramos fora do Brasil há 11 anos, e desde muito cedo eu já sabia que eles sairiam de casa antes do que seria esperado culturalmente em nosso país.
Hoje, um deles já trabalha em outro estado. Um deles já trabalha em outro estado. O outro está finalizando a faculdade. Os dois seguiram seus caminhos — e já não moram mais com a gente. E, no meio de tudo isso, eu também estava vivendo a menopausa.
Ninho vazio: como transformar essa fase em um recomeço
Quando tudo muda ao mesmo tempo — por dentro e por fora — a transformação é profunda. A maternidade, para muitas de nós, é um dos pilares mais fortes da identidade. Quando esse pilar se move, é preciso coragem para se reinventar por dentro.

E não é só sobre a gente. Eles também sentem. A saída do ninho pode parecer libertadora para os filhos — e é. Mas também é o início de uma fase cheia de responsabilidades da vida adulta. E, às vezes, eles precisam da gente de um outro jeito: mais emocional, menos prático. É aí que a relação também precisa mudar.
Não dá mais para cobrar, invadir, resolver. A gente aprende a conversar de adulto para adulto.A construir uma nova forma de vínculo: mais respeitosa, mais confiante, mais afetiva.
E agora, o que a gente faz com esse tempo que sobra?
Muita coisa!
Esse tempo que era da rotina de cuidar, alimentar, atender e organizar, agora pode ser devolvido a você. Pode virar um curso novo, um hobby antigo, uma viagem adiada, um projeto profissional, descanso, silêncio, descoberta.
Em meu caso, casada há muitos anos, essa fase trouxe também uma nova dinâmica para o meu casamento. A gente está, de novo, vivendo como namorados. Com mais tempo um para o outro. Com novas conversas. Com vontade de curtir essa nova fase juntos. Porque quando os filhos criam asas, é a nossa vez de reaprender a voar.

Não é o fim. É só o início de você com você mesma.
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