Carreira Depois dos 40: O que a Série Younger Revela Sobre Recomeços e Etarismo Profissional
- sou40mais
- 9 de jun.
- 2 min de leitura

Você já sentiu que sua idade era vista como um obstáculo para recomeçar profissionalmente?
Na série Younger — exibida no Brasil como Younger: 40 é o Novo 20 — acompanhamos Liza, uma mulher de 40 anos tentando voltar ao mercado após 15 anos dedicada à maternidade. Ao perceber que ninguém a leva a sério por causa da idade, ela assume uma identidade falsa e se passa por uma jovem de 26. Só assim consegue uma vaga em uma editora.
A história é ficcional. Mas o incômodo é real — e familiar para muitas mulheres maduras.
Apesar de vivermos mais, com saúde, energia e bagagem, o mercado de trabalho ainda não sabe lidar com a maturidade. Mulheres 40+ são frequentemente ignoradas em processos seletivos, deixadas de lado em promoções ou demitidas em cortes de custo. Não por falta de competência, mas por uma ideia ultrapassada de que juventude se adapta melhor e custa menos. Esse tipo de preconceito tem nome: etarismo profissional.
Num mundo ideal, a experiência seria reconhecida como um diferencial. Profissionais maduras atuariam como mentoras, ajudando a integrar gerações e preservar a cultura das empresas. Mas, na prática, ainda vemos portas se fechando com base em rótulos — não em resultados.
E o mercado vai ter que mudar.

A população está envelhecendo. E o futuro do trabalho vai exigir times mais diversos em idade, com profissionais capazes de lidar com complexidade, com visão de longo prazo, com inteligência emocional. E tudo isso a gente só aprende vivendo.
Depois dos 40, é natural começar a se perguntar: faz sentido continuar nessa profissão? Quero mesmo voltar para o que fazia antes? Temos tempo de vida, temos energia, temos experiência. Mas, às vezes, o que fazíamos já não combina com quem nos tornamos. E, nesse momento, o recomeço pode ser um ato de coragem — e de coerência.
Esse recomeço pode acontecer de várias formas: uma transição de carreira, o início de um negócio próprio, ou até um reposicionamento dentro da mesma área. O importante é não alimentar a crença de que “é tarde demais”. Porque não é.
Aos 50, eu mesma decidi mergulhar no universo digital. Convivi e aprendi com gente mais jovem, estudei muito, testei, errei e continuei. Foi — e ainda é — desafiador. Mas profundamente alinhado com o que acredito. Recomeçar exige tempo, humildade e estratégia. Mas vale à pena quando aquilo alimenta a alma.
A maturidade é potência.

Chegamos até aqui com uma bagagem que nenhuma faculdade ensina: clareza, jogo de cintura, resiliência, foco no que importa. Mesmo que o mercado ainda não reconheça tudo isso como diferencial competitivo, há sinais de mudança. Empresas criando programas de reinserção, redes de mentoria reversa, formas novas de integrar gerações.
Ainda há um longo caminho, mas ele já começou. E começa em cada uma de nós. Começa quando paramos de nos esconder, de nos diminuir, de achar que precisamos parecer mais novas para sermos relevantes.
Se você está nesse momento de virada, refletindo sobre sua carreira depois dos 40, deixe seu comentário. Vamos juntas transformar a maturidade em potência.
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